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Boate

16 Dez - 04 Jan 2010

Siri


Através da porta imaginária, plotada na parede ouvia-se  música em loop em frequências graves atrás do vidro. Um segurança informava  ao público , em fila, que só entraria mais alguém depois que outros saíssem do “clube”. Enquanto garçons passavam servindo bebidas, uns desistiam e outros ficavam , gerando reações diversas no público.

“Ninguém toca o som, mas ele tudo toca. E tudo que ele toca é tecla, sopro, corda – nômade dos ouvidos, vibra no arco do pavilhão coletivo. Sua arque-acústica revela o inconsciente auditivo.

A vida é como um instrumento de corda; o que nela olha aquele que vê, se desentoca. Imagine o som com pés. O que escutamos são suas pegadas. A sola toca o solo. A música que se ouve, houve.

O invisível é o som ser uma imagem. De poros esbugalhados. O som fora do campo auditivo é um rito. É possível tocar esse instrumento extra-sonoro ao vivo. Reboot iniciático.

O som bate à porta. Escute o seu convite.

Arte. Boate.”

Fernando Gerheim





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